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QUAIS VIDAS IMPORTAM NO SETEMBRO AMARELO? Por Michela Ruta

  • Foto do escritor: LAPP
    LAPP
  • 11 de set. de 2023
  • 3 min de leitura

O 10 Setembro marca o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

MAS QUAIS VIDAS IMPORTAM NO SETEMBRO AMARELO?

O que é nomeado como anormal, indesejável, abominável, demoníaco?

Quando a nossa sociedade PRODUZ e REPRODUZ o discurso hetero-cis-branco-normativo capacistista e burguês determina a HIERARQUIZAÇÃO das VIDAS e QUEM VALE A PENA SALVAR.


O Suicídio e a autolesão afetam diretamente as minorias. Os marcadores sociais como etnia, sexualidade e gênero, nível socioeconômico e de educação são todos FATORES DE RISCO (CORRÊA et al., 2019).


A própria legislação, e os legisladores ainda perpetuam a hierarquia dos cidadãos com leis e PL CONTRA PARTES ESPECÍFICAS DA POPULAÇÃO, enquanto valoriza outras (FOUCAULT, 1975; SILVA et al., 2022). A legislação é para todos?

O Outro-DIFERENTE continua sendo nomeado como menos DIGNO DE DIREITOS, como algo apavorante, ainda apontado como doença PARA SER AFASTADA da sociedade TRADICIONAL (FREUD, 1919; FOUCAULT, 1976; CUNHA, 2022).


IMPLICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES: O apoio ou a “traição” por parte das instituições, é fundamental na prevenção ou na contribuição do aumento do suicídio, as Instituições são DIRETAMENTE IMPLICADAS nas taxas de suicídio. Contextos que são solidários apresentam melhores condições de prevenção do suicídio (GALLO, 2023).


IMPLICAÇĀO DOS TRANSTORNOS MENTAIS: Determinados transtornos e condições mentais aumentam o risco de suicídio. Uma rede de apoio de saúde e de assistência social que sustentem a pessoa em sofrimento, e o seu círculo de convivência mais íntimo tornam-se fundamentais em diminuir stigmas e incompreensões sobre a situação.


A Nomeação do outro nos afeta. Além da hostilidade externa, o discurso Hetero-cis-branco-normativo capacitista e burguês se instaura como uma ACUSA INTERNALIZADA dentro do próprio indivíduo, através de crenças negativas sobre sua própria identidade (GALLO, 2023).


E SE EU TE NOMEAR DIGNO DE EXISTIR?


Ao mudarmos o DISCURSO hegemônico, podemos criar uma realidade diferente. Mas seria suficiente uma MUDANÇA DISCURSIVA para diminuir os números de suicídio? A nomeação do Outro-Diferente, se dá através e para além da palavra.


DIREITOS BÁSICOS: No Setembro Amarelo lembramos que a Saúde Mental se baseia em condições básicas de vida, como a moradia, alimentação, educação, segurança. As instituições, os governos, as comunidades nas quais vivemos fazem todas parte de uma rede que permite ou não a EXISTÊNCIA do outro.


RESPONSABILIDADE: A conscientização, a denuncia, a participação ativa da população nas decisões governamentais, são meios para que os governos atuem mais efetivamente no combate à violência dos preconceitos que faz parte das causas dos altos índices de suicídios nas minorias.


SABER PSI: Ao atendermos uma pessoa que apresenta pensamentos, comportamentos ou tentativas de suicídio, ainda precisamos nos atentar ao SABER que impormos sobre o outro. Como profissionais de saúde também estamos atravessados por diferentes vivências e posturas hegemônicas, assim é necessário uma crítica à nossa própria maneira de escuta.


CVV - LIGUE 188 + CHAT + SITE

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.


REFERÊNCIAS

CORRÊA, F.H.M. et al. Pensamento suicida entre a população transgênero: um estudo epidemiológico. J Bras Psiquiatr. 2020; 69(1):13-22. https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/BXhSxJZtjHvVMwz5hkVyyGK/?format=pdf&lang=pt


CUNHA, M.C.P. O espelho do mundo: Juquery, a história de um asilo. 3ª Ed. Campinas, SP: UNICAMP/IFCH/CECULT, 2022.


FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. 1975. 42ª Ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2020


FOUCAULT, M. História da Sexualidade: A vontade de Saber. 1976. 11ª Ed. São Paulo, SP: Paz & Terra, 2020.


FREUD, S. O Infamiliar. 1919. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2019.


GALLO, M.L. Institution betrayal among LGBTQ youth: examining the association with suicidality. University of Oregon Dissertation degree of Doctor of Philosophy2023. https://www.proquest.com/openview/6ffd9e429cd3a47d614ede6e12f529d0/1?pq-origsite=gscholar&cbl=18750&diss=y


SILVA, C.N.; SGANZERLA, R.B. Mapeamento de políticas públicas para LGBTI nos governos estaduais e distrito federal. Rio de Janeiro, 2022. https://heyzine.com/flip-book/261b2a0d53.html




 
 
 

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